“A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. (Ministério da Educação 1996:30).
Sem dúvida, a educação é um alicerce para a inclusão social. Ser analfabeto deve ser muito triste, pois tem uma representação negativa perante a sociedade.
Atualmente, a educação é garantida por lei a todos. Mas como esse processo foi longo no Brasil...
A Educação por aqui começou atrasada em relação a outros países latino-americanos.
No Império, não havia necessidade de mão-de-obra escolarizada.
Nas décadas de 60 e 70 do século XIX, começava-se a impor a oferta de escolas.
A elite manteve seu domínio sobre outros grupos da sociedade, mesmo após o aumento da imigração e abolição da escravidão.
No início da fase republicana houve mudanças na escola primária e surgiu a Escola Normal para formação de professores.
As classes eram formadas por níveis de aprendizagem e tinha como objetivo a seleção, formação e consolidação da elite. O alunado, na grande maioria, acabava sendo excluído.
Somente no séc. XX, conseguiu-se pensar em um espaço escolar que garantisse as especifidades do ensino escolar. Mas a escola só "reproduzia", "fazia conhecer".
Depois surgiu o Conselho Nacional de Educação e também o ensino primário foi desdobrado.
Apenas em 1945 começou a disponibilização de recursos federais para os estados atenderem crianças e adultos. E foram esses recursos que viabilizaram campanhas de educação.
Em 1946, 56% da população maior de 15 anos era analfabeta. Para mim, isso é muito recente. Meu avós estavam em idade escolar nessa época.
A educação de adultos assumiu uma perspectiva muito política.
Em 1969, o Mobral, utilizado em todo o país, trazia uma maneira didática de se ensinar partindo de palavras-chave do cotidiano do adulto, para se alfabetizar.
Depois, MOVA, no início da década de 90, PAS em 1996 e Programa Brasil Alfabetizado em 2003.
Hoje ainda são muitos analfabetos absolutos e funcionais.
A LDB (Lei nº 9.394/96) estabelece que a "Educação de jovens e adultos visa atender aos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de frequentar regularmente o Ensino Fundamental dos 6 aos 14 anos e Ensino Médio, dos 15 aos 17 anos".
Frequentar uma escola na fase adulta é uma decisão muito difícil que envolve apoio de suas famílias para superar desafios como: distância da escola, preconceitos, aprendizagem bloqueada por fracassos e outros.
Quando os adultos chegam à escola espera encontrar uma escola tradicional e quando se deparam com uma realidade bem diferente costumam ser resistentes.
É uma nova oportunidade! É preciso ter coragem para lidar com medos e inseguranças.
Considero muito importante todos os temas tratados pela EJA, mas achei super interessante a questão do idoso - consciência sobre seus direitos, que fala da qualidade de vida na velhice.
A EJA precisa considerar as especificidades do grupo atendido, com um planejamento específico, voltado para suas necessidades.
Paola Souza
Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.
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