Ao aluno é garantido o acesso e permanência na escola regular independentemente de sua deficiência. E para que isso aconteça de forma satisfatória os sistemas de ensino precisam garantir a formação de professores tanto para Atendimento Educacional Especializado (AEE) como para a inclusão escolar, acessibilidade (arquitetônica, mobiliária, transportes, etc), educação especial de forma articulada com o ensino comum e continuidade da escolarização até os níveis mais elevados do ensino.
No meu município há poucas formações para professores sobre a inclusão. Embora para os pedagogos, aconteçam com freqüência.
Quanto à acessibilidade, na minha escola foram construídas rampas e banheiros e já fiquei sabendo que em muitas outras escolas também.
A pedagoga do AEE faz reuniões periodicamente com os professores da classe comum que tem alunos que freqüentam, no período contrário, a sala dela. Isso tem mostrado resultados positivos, pois há troca de experiências, levantamento sobre avanços dos alunos e dicas importantes para a boa inclusão na sala comum.
O AEE vem contribuir no trabalho de nós professores para a plena participação dos alunos no convívio social, o que é muitíssimo válido.
Registro aqui algumas dificuldades e possíveis soluções para uma melhor inclusão escolar:
Dificuldades | Possíveis soluções |
Os alunos que freqüentam o AEE precisam ser atendidos na rede pública por outros profissionais como: fonoaudiólogo, fisioterapeuta, etc. Mas isso não depende da escola e sim da família, pois depois do encaminhamento da pedagoga a esses serviços, a mãe ou responsável precisa levá-lo, mas não leva por falta de condições financeiras para o transporte ou descaso. Ou então o próprio município não dá conta da demanda. | Projetos e reuniões de conscientização das famílias; Maior oferta de vagas para os serviços citados; Transporte gratuito para portadores de necessidades especiais. |
- Um aluno meu do ano letivo de 2010, deficiente intelectual, freqüentava a CAMINHAR (projeto filantrópico da cidade) e tinha acesso a fonoaudiólogo, fisioterapia, cãoterapia e atendimento pedagógico. Perdeu a vaga, pois como sua mãe não tinha condições de pagar o ônibus, obteve muitas faltas. Assim, o aluno começou a ser atendido pelo AEE na minha escola, mas a única fonoaudióloga que atende a região norte da cidade estava de licença gestante no segundo semestre e não colocaram substituta. Quanto à fisioterapia, o atendimento dificilmente acontece, muitos ficam sem acesso a este importante serviço.
Dificuldades | Possíveis soluções |
Pouca informação por parte dos professores, tanto na identificação de possíveis deficiências quanto na inclusão desse aluno na sala de aula comum. | Incluir na formação inicial do professor em cursos de licenciatura, conteúdos relacionados à inclusão. Oferecer aos professores mais cursos e palestras sobre o assunto. |
Falta de materiais pedagógicos e de acessibilidade. | Liberação de verbas específicas e fiscalização na utilização destas. |
Muitas crianças ainda frequentam somente instituições que funcionam paralelamente à escola como APAE e outros. | Incluir todos os alunos na escola pelo menos em um período, para receberem o AEE no outro, na própria APAE, por exemplo. Viabilizar que a escola e/ou órgãos públicos ofereçam diversos serviços a essas crianças. |
Faz-se necessário uma melhor articulação das políticas públicas e os setores governamentais responsáveis por desenvolverem essas políticas, para que as crianças com necessidades educacionais especiais sejam realmente atendidas como merecem e lhes é garantido por lei.
Paola Souza
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