O termo “cidadania” é muito comum nas escolas.
Muito se fala sobre “contribuir na formação de um cidadão crítico” e muitas vezes esse termo é utilizado de forma errônea. Como podemos formar cidadãos, se em muitas escolas são os próprios professores e gestão, que ditam as regras para todos os alunos cumprirem?A cidadania precisa ser ativa. Os alunos precisam participar das decisões da escola, propondo soluções para problemas e contribuir nas discussões.
Na minha escola algumas ações já acontecem. No início do ano, os alunos elaboram as regras para o recreio junto com o Orientador Educacional e na sala de aula, junto com os professores, estabelecem os “combinados”.
Todos os anos têm avaliação do Projeto Político Pedagógico da escola, foi nesta última semana, e teve participação de pais da APM (Associação de Pais e Mestres) e alunos do grêmio estudantil e representantes de classes. A diretora apresentou as metas que precisavam ser cumpridas para esse ano, como e o que foi cumprido ou não. Houve também a prestação de contas. Depois alunos, professores e pais avaliaram pontos positivos e negativos da escola e em seguida, sugeriram ações para o próximo ano.
Para que aja uma cidadania ativa, o aluno precisa ter respeitado seus direitos e participar das decisões da escola, que são coletivas.
O aluno tem que aprender a avaliar, identificar problemas e propor soluções. É preciso dar voz ao aluno, propondo rodas de conversa e discussões em torno de temas importantes para a sociedade: valores, direitos da criança e do adolescente, diálogo na resolução de conflitos, limpeza e organização do espaço, etc.
Acredito que na escola reflete o que acontece na sociedade, pois é mais fácil lembrar o cidadão de seus deveres, como quando a escola fala sobre ser disciplinado, manter a escola limpa, fazer a lição de casa; do que mostrar seus direitos e discuti-los coletivamente. Não é fácil dar voz ao aluno, muitos professores não conseguem lidar com isso, e a escola gosta de ser soberana, dona do conhecimento e razão.
Veiga (2004) traz o conceito de gestão democrática, sendo necessário repensar sobre a estrutura de poder da escola, visando à socialização. Pois:
A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora. (p. 19)
Paola Souza
Referências:
VEIGA, Ilma Passos A. Educação Básica e Educação superior: Projeto político-pedagógico. 1. ed. Campinas: Papirus, 2004.
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Introdução conceitual para educação na diversidade e cidadania. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.2.
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Introdução conceitual para educação na diversidade e cidadania. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.2.
O que é cidadania?
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e desenvolvimento da nação.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário... até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso país.
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