sexta-feira, 18 de março de 2011

Deficiência visual

Personagem Dorinha, criada por Maurício de Souza


Atualmente, há inúmeros recursos que facilitam a escolarização dos alunos com deficiência visual.
Acredito que utilizados de maneira adequada, fazendo uso da mediação, todos podem trazer benefícios.
Desde recursos simples como variação de jogos e adaptações nos livros infantis até recursos tecnológicos como sistemas operacionais complexos capazes de facilitar o acesso desses usuários aos computadores.
O problema é que na nossa realidade dificilmente vamos encontrar esses recursos disponíveis. Estamos longe de ver um número considerável de escolas comuns que tenham máquina de datilografia braile e sorobã, por exemplo.
Precisamos então pensar em alguns recursos pedagógicos que possam ser confeccionados por nós para facilitar o processo de aprendizagem.
Podemos confeccionar jogos, como o bingo de formas geométricas, sugerido em um material do MEC/SEE de 2006. As formas geométricas são recortadas de algum material tátil como EVA, depois são coladas nas cartelas e em pequenos cartões para serem sorteados.
Também é possível fazer jogos da memória com materiais de texturas diferentes ou com canetinhas de alto contraste, para o aluno com baixa visão.
Os livros sensoriais podem ser confeccionados com ajuda até do próprio aluno, utilizando sucatas, tintas que dão relevo, tecidos, lixa, lã, etc. Os textos são ampliados no caso de crianças com baixa visão. Já para crianças com cegueira, o braile.
Para ensinar conteúdos precisamos sempre pensar em alguma atividade prática em que o aluno possa fazer uso de materiais concretos, que utilizam os outros sentidos, para sua compreensão. No material citado acima encontrei uma sugestão para se trabalhar os meios de transportes, que pode ser aplicado em projeto como “trânsito”. O professor confecciona os meios de transporte com materiais como sucata, utiliza bacias com água para representar os rios, desenha ruas, postes, etc.
Existem hoje também boas perspectivas para o sistema escolar informatizado. Um simples sintetizador de voz pode fazer muita diferença, pois ajudarão a criança a ter acesso a jogos pedagógicos, textos, etc. por meio da linguagem verbal no computador.
Deverão ser propostas atividades para o aluno conhecer esse software e poder utilizá-lo bem. A mediação em forma de questionamento o faria compreender como esse recurso poderia ajudá-lo a jogar (para de divertir, inclusive) e aprender a aprender.
Os leitores de tela, outro recurso interessante, fazem uso de sintetizadores de voz para que os alunos consigam navegar pelas telas do computador a partir de comandos especiais. Hoje os mais conhecidos são o dosvox e virtual visuon de produção nacional e outros como: Window Bridge e Jaws, importados e mais sofisticados. Cada um tem uma maneira própria de se comunicar com o leitor. O importante é descobrir com qual o aluno terá mais facilidade, embora um fator importante de considerar seja que o Dosvox é gratuito. Mesmo que segundo BRASIL (2006) ele tenha “como desvantagem a pouca qualidade sonora e a limitação de acesso a outros programas”.
Atualmente, segundo BRASIL (2006) “há gerenciadores de impressão em braile que facilitam a impressão” como: Braile Fácil, Duxbury, WinBraille e o que na minha opinião seria o mais interessante Tactile Graphics Designer que possibilita a impressão de ilustrações em relevo. Mas é claro que para se imprimir é necessária uma impressora braile específica conectada ao computador.
Programas como esses facilitam a impressão de diferentes materiais para leitura e escrita.
Paola Souza
Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação
     infantil: saberes e prática da inclusão - dificuldades de comunicação e
     sinalização – deficiência visual. Brasília: MEC, SEESP, (Ed. Infantil. v. 7),
     2006.
______. Formação continuada a distância de professores para o
      Atendimento Educacional Especializado. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007.
     Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf.
     Acesso em: 14 de mar. 2011.



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