domingo, 27 de março de 2011

LIBRAS

Para conhecer um pouquinho da Língua Brasileira de Sinais gostei muito desses três vídeos:
Alfabeto:


Palavras:

Frases:

*Na internet também é possível encontrar histórias infantis e músicas diversas em LIBRAS.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Surdez



Inclusão significa reestruturação da escola para que ela se torne capaz de atender a todas as necessidades educacionais especiais de seus alunos, inclusive dos surdos.
Segundo BRASIL (2006), ao matricular um aluno surdo na sua escola a primeira providência a se tomar é comunicar-se com a secretaria da educação solicitando a capacitação de seus professores e demais membros da comunidade escolar. Mesmo porque nenhuma escola pode recusar a matricula por não se considerar apta ou não ter professores qualificados.
No processo de inclusão é importante considerar também que embora haja fatores biológicos para determinar graus diferentes de perda auditiva, cada um é único, com experiências próprias dentro de contextos (histórico, social, cultural) diversos. A surdez não impede a pessoa de ser, de viver em sociedade. Sua identidade cultural deverá ser valorizada e preservada pela escola.
Para o aluno surdo é essencial o ensino da língua de sinais, paralelamente ao ensino da língua portuguesa. Sendo que a língua de sinais será sua primeira língua.
A educação bilíngüe para alunos surdos se dará em momentos distintos para cada uma das línguas.
Além disso, deve-se considerar que:

“A aquisição de LIBRAS desde a mais tenra idade possibilita às crianças surdas maior rapidez e naturalidade na exposição de seus sentimentos, desejos e necessidades. Possibilita a estruturação do pensamento e da cognição e ainda uma interação social, ativando consequentemente o desenvolvimento da linguagem”. (BRASIL, 2006, p. 26)

Para se trabalhar nesse processo bilíngue o professor deverá ser qualificado para que não pratique o bimodalismo, que é a mistura das duas línguas, pois cada uma tem sua própria estrutura. Sendo necessário que o aluno freqüente também o AEE (Atendimento Educacional Especializado) para se desenvolver nesse sentido, adquirindo ainda informações complementares às da sala de aula comum.
O aluno surdo é capaz de aprender tanto quanto os outros. Segundo BRASIL (2006), a metodologia e a didática que serão diferenciadas, sendo necessários muitos recursos visuais e atividades contextualizadas.

Sugestões encontradas:



Paola Souza

Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação
     infantil: saberes e prática da inclusão - dificuldades de comunicação e
     sinalização – surdez. Brasília: MEC, SEESP, (Ed. Infantil. v. 6), 2006.

SILVA, Keli Maria de Souza Costa. Coleção UFU: Práticas educacionais
     inclusivas:   deficiência auditiva. Minas Gerais: UFU, Centro de Ensino,
     Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial, 2010, v.4.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Deficiência visual

Personagem Dorinha, criada por Maurício de Souza


Atualmente, há inúmeros recursos que facilitam a escolarização dos alunos com deficiência visual.
Acredito que utilizados de maneira adequada, fazendo uso da mediação, todos podem trazer benefícios.
Desde recursos simples como variação de jogos e adaptações nos livros infantis até recursos tecnológicos como sistemas operacionais complexos capazes de facilitar o acesso desses usuários aos computadores.
O problema é que na nossa realidade dificilmente vamos encontrar esses recursos disponíveis. Estamos longe de ver um número considerável de escolas comuns que tenham máquina de datilografia braile e sorobã, por exemplo.
Precisamos então pensar em alguns recursos pedagógicos que possam ser confeccionados por nós para facilitar o processo de aprendizagem.
Podemos confeccionar jogos, como o bingo de formas geométricas, sugerido em um material do MEC/SEE de 2006. As formas geométricas são recortadas de algum material tátil como EVA, depois são coladas nas cartelas e em pequenos cartões para serem sorteados.
Também é possível fazer jogos da memória com materiais de texturas diferentes ou com canetinhas de alto contraste, para o aluno com baixa visão.
Os livros sensoriais podem ser confeccionados com ajuda até do próprio aluno, utilizando sucatas, tintas que dão relevo, tecidos, lixa, lã, etc. Os textos são ampliados no caso de crianças com baixa visão. Já para crianças com cegueira, o braile.
Para ensinar conteúdos precisamos sempre pensar em alguma atividade prática em que o aluno possa fazer uso de materiais concretos, que utilizam os outros sentidos, para sua compreensão. No material citado acima encontrei uma sugestão para se trabalhar os meios de transportes, que pode ser aplicado em projeto como “trânsito”. O professor confecciona os meios de transporte com materiais como sucata, utiliza bacias com água para representar os rios, desenha ruas, postes, etc.
Existem hoje também boas perspectivas para o sistema escolar informatizado. Um simples sintetizador de voz pode fazer muita diferença, pois ajudarão a criança a ter acesso a jogos pedagógicos, textos, etc. por meio da linguagem verbal no computador.
Deverão ser propostas atividades para o aluno conhecer esse software e poder utilizá-lo bem. A mediação em forma de questionamento o faria compreender como esse recurso poderia ajudá-lo a jogar (para de divertir, inclusive) e aprender a aprender.
Os leitores de tela, outro recurso interessante, fazem uso de sintetizadores de voz para que os alunos consigam navegar pelas telas do computador a partir de comandos especiais. Hoje os mais conhecidos são o dosvox e virtual visuon de produção nacional e outros como: Window Bridge e Jaws, importados e mais sofisticados. Cada um tem uma maneira própria de se comunicar com o leitor. O importante é descobrir com qual o aluno terá mais facilidade, embora um fator importante de considerar seja que o Dosvox é gratuito. Mesmo que segundo BRASIL (2006) ele tenha “como desvantagem a pouca qualidade sonora e a limitação de acesso a outros programas”.
Atualmente, segundo BRASIL (2006) “há gerenciadores de impressão em braile que facilitam a impressão” como: Braile Fácil, Duxbury, WinBraille e o que na minha opinião seria o mais interessante Tactile Graphics Designer que possibilita a impressão de ilustrações em relevo. Mas é claro que para se imprimir é necessária uma impressora braile específica conectada ao computador.
Programas como esses facilitam a impressão de diferentes materiais para leitura e escrita.
Paola Souza
Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação
     infantil: saberes e prática da inclusão - dificuldades de comunicação e
     sinalização – deficiência visual. Brasília: MEC, SEESP, (Ed. Infantil. v. 7),
     2006.
______. Formação continuada a distância de professores para o
      Atendimento Educacional Especializado. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007.
     Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf.
     Acesso em: 14 de mar. 2011.



quinta-feira, 10 de março de 2011

Diversidade

Encontrei esse texto no site da revista Nova Escola e achei bem interessante. Confiram!!!

Diversidade sempre, desde a Educação Infantil

Valorizar diferentes raças e gêneros e pessoas com deficiência é trabalho para todo dia. Materiais adequados são um bom aliado nessa tarefa

Ana Rita Martins
Preconceitos, rótulos, discriminação. É inevitável: desde muito cedo, os pequenos entram em contato com esses discursos negativos. Para que eles saibam lidar com a diferença com sensibilidade e equilíbrio, é preciso que tenham familiaridade com a diversidade - e não apenas em projetos com duração definida ou em datas comemorativas, como ainda é habitual em vários lugares. Outra recomendação importante é que a questão não seja tratada como um conteúdo específico (o que invalida propostas do tipo "bom, turminha, agora vamos todos entender por que é importante respeitar as diferenças").
Melhor que isso é abordar o tema de jeito natural, inserindo-o em práticas diárias, como brincadeiras, leitura e música. "O convívio cotidiano é a forma mais eficaz de trabalhar comportamentos e atitudes", diz Daniela Alonso, psicopedagoga e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. 
Para conseguir isso, uma providência essencial é adquirir materiais didáticos que valorizem as diferentes raças, pessoas com deficiências físicas e mentais e mostrem meninos e meninas em posição de igualdade. Ao comprar instrumentos musicais, contemple os de diversas culturas.
No caso de brinquedos como bonecas, já existem lojas que se preocupam especialmente em privilegiar a diversidade. A compra de livros pode ser mais difícil: uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas que analisou 33 obras de Língua Portuguesa só encontrou duas meninas não brancas nas ilustrações.
Entretanto, a busca criteriosa e a leitura prévia costumam resolver o problema. Se a turma já estiver em fase de alfabetização, o Guia Nacional de Livros Didáticos, do Ministério da Educação, é a melhor referência - ele garante que as obras recomendadas não contêm situações de discriminação.
Não se pode esquecer que os pequenos aprendem com o exemplo dos adultos. Pensando nisso, a direção da EMEI Aricanduva, em São Paulo, capacitou a equipe para lidar com a diversidade. Antes, só algumas professoras trabalhavam a questão, por meio de projetos específicos. Hoje a diversidade é contemplada em todo o currículo. "Um resultado prático é que, agora, crianças negras que se retratavam como brancas nos desenhos passaram a usar lápis marrom e preto", comemora a coordenadora Cleide Andrade Silva.

Texto extraído do site:  http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/diversidade-sempre-427144.shtml

quarta-feira, 9 de março de 2011

Diversidade na escola


Questões de gênero e diversidade sexual na escola

Como educadores precisamos repensar sobre como as questões de gêneros estão sendo trabalhadas na escola, muitas vezes até de forma inconsciente. Esperando atitudes mais “femininas” das meninas como quietinhas, caprichosas e dos meninos “relaxo”, por exemplo. Ou mesmo distribuindo papéis coloridos em tons de rosa somente para as meninas.
As normas, os valores, as ideias e as concepções são construídas socialmente. Portanto, aprendemos a ser femininas, por exemplo.
Na sociedade encontramos muitos critérios sexistas, como mulheres voltadas para maternidade, cuidados domésticos, cor rosa, danças, brinquedos e brincadeiras calmas e comportadas. Já os homens para o esporte (judô, basquete, futebol, por exmplo), o ato de dirigir, fazer sexo novo e com variedade, brincadeiras que envolvam mais força, luta e corrida; cores “masculinas”, principalmente o azul. Reproduzindo assim estereótipos que podem acompanhar as pessoas por uma vida inteira.
Infelizmente, podemos encontrar esses critérios até em livros didáticos. O que nunca tinha reparado.
Na escola precisamos de mais debates, discussões sobre gênero e sexualidade, pois nela acontecem inúmeras relações interpessoais que cabem reflexão, podendo assim contribuir para uma boa formação da identidade de cada um.
Paola Souza
Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de temas específicos. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.4.

Educação Ambiental


Vários assuntos em relação ao meio ambiente estão em pauta na atualidade, como aquecimento global, reciclagem, falta de água, etc. Os temas ambientais hoje, estão ocupando espaço na mídia em todos os lugares do mundo e precisa aparecer mais nas escolas.
A Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, em 1987, definiu o desenvolvimento sustentável como aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Faz-se então necessário uma reorganização da sociedade, buscando maior eficiência nos processos produtivos, por exemplo. A educação sendo um processo contínuo de desenvolvimento precisa urgentemente cumprir o seu papel, vislumbrando um planeta mais sustentável.
A educação ambiental aparece como uma dimensão da educação que visa mudança de hábitos e comportamentos, diminuindo o impacto negativo do homem na natureza. Não se trata do ensino de ciências ou ecologia, mas sim de um ensino voltado para sustentabilidade, que contribua na formação de cidadãos críticos, capazes de refletir, questionar e se posicionar diante de situações do dia-a-dia que lhes dizem respeito; para que se busquem realmente mudanças que resultem na qualidade de vida de todos.
O professor tem amparo legal para se trabalhar com a educação ambiental. O que ele precisa é ter disposição para estudar e dominar conhecimentos, que muitas vezes não foram adquiridos na formação inicial, desenvolver habilidades de pesquisa, ter acesso a diferentes fontes de consulta, apoio da direção e comunidade e disposição dos alunos para se trabalhar com o tema.
Também é necessário superar a fragmentação dos saberes, a educação ambiental trabalhada na transversalidade se torna mais real. Proporciona uma ampliação dos conhecimentos, através da reflexão contextualizada.
A seleção do tema deve ser de interesse coletivo para proporcionar maior diálogo e participação de todos. Pois como Saviani (1992) diz, só se aprende quando se adquire um habitus, uma disposição permanente. Assim, os alunos precisam estar realmente envolvidos na construção e execução de um projeto, por exemplo.
Para as atividades serem executadas, podendo estar vinculados a projetos ou não, predispõe-se de um planejamento pedagógico bem organizado, porém flexível, para atender às necessidades da turma durante o processo.
Segundo Débora Menezes para a revista Nova Escola, “mais do que comemorar datas, como o Dia da Água, a escola deve envolver professores, alunos e comunidade em projetos amplos”. Muito mais do que a ação em si, como também é plantar uma árvore para comemorar o Dia da Árvore, é explorar o impacto da falta de água e o desmatamento na cidade, por exemplo.
Hoje, algumas escolas montam uma horta, mas depois não a mantém. Outro exemplo é separar o lixo na escola e depois não dar um fim adequado a ele. O que adianta aqueles latões coloridos para reciclagem (amarelo para metais, verde para vidro, azul para papel e vermelho para plástico) se depois um funcionário junta tudo no mesmo lixo e muitas vezes nada acaba sendo destinado à reciclagem? Será que os alunos compreendem para quê e por que se recicla o lixo? Que impacto o lixo tem causado nos arredores da sua própria escola? Do seu bairro?
Para se trabalhar com educação ambiental, o professor e toda a comunidade escolar precisam vê-la num sentido amplo e não, fragmentado. Um tema ligado à realidade local pode ser um ponto de partida, pois irá despertar mais facilmente o interesse da turma, mas não se deve esquecer de trabalhar num contexto amplo, que aborde questões sociais, políticas e culturais.
Paola Souza
Referências:
SAVIANI, D. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 3. ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. (Col. Polêmicas do nosso tempo, 40)

MENEZES, D. Em defesa do planeta, NOVA ESCOLA, edição n.202, p. 44-51, mai. 2007. São Paulo: Abril, 2007.

MELO, C. 10 mitos sobre a sustentabilidade, VEJA, edição especial sustentabilidade, p. 42-44, dez. 2010. São Paulo: Abril, 2010.

MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de temas específicos. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.4.

Educação quilombola: portal do MEC

Para que possamos compreender melhor a educação quilombola escolhi o seguinte texto do portal do MEC:

Educação quilombola
Para elevar a qualidade da educação oferecida às comunidades quilombolas, o Ministério da Educação oferece, anualmente, apoio financeiro aos sistemas de ensino. Os recursos são destinados para a formação continuada de professores para áreas remanescentes de quilombos, ampliação e melhoria da rede física escolar e produção e aquisição de material didático.
Levantamento feito pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, aponta a existência de 1.209 comunidades remanescentes de quilombos certificadas e 143 áreas com terras já tituladas.
Existem comunidades remanescentes de quilombos em quase todos os estados, exceto no Acre, Roraima e no Distrito Federal. Os que possuem o maior número de comunidades remanescentes de quilombos são Bahia (229), Maranhão (112), Minas Gerais (89) e Pará (81).
 Estudos realizados sobre a situação dessas localidades demonstram que as unidades educacionais estão longe das residências dos alunos e as condições de estrutura são precárias, geralmente construídas de palha ou de pau-a-pique. Há escassez de água potável e as instalações sanitárias são inadequadas.
De acordo com o Censo Escolar de 2007, o Brasil tem aproximadamente 151 mil alunos matriculados em 1.253 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. Quase 75% destas matrículas estão concentradas na região Nordeste.
A maioria dos professores não é capacitada adequadamente e o número é insuficiente para atender à demanda. Em muitos casos, uma professora ministra aulas para turmas multisseriadas. Poucas comunidades têm unidade educacional com o ensino fundamental completo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Educação quilombola

As comunidades quilombolas não são resquícios do passado, mas sim parte integrante do nosso país e podemos aprender muito com eles. São exemplos de luta e coragem.
Surgiram  para combater a sociedade e o regime escravista do Brasil. Ocupavam áreas estratégicas, que eram desocupadas anteriormente e que vislumbravam alimentação, segurança e liberdade.
Felizmente, atualmente, comunidades quilombolas recebem apoio de entidades federativas para continuarem suas lutas. Têm acesso a cursos, inclusive de formação à distância, EJA e qualificação tanto social como profissional.
Hoje, estão mais próximas das cidades e vivem de acordo com necessidades impostas pelo meio urbano.
Embora a Constituição de 1998 estabeleça o direito de propriedade de terra aos quilombolas que estão naquela região, muitas vezes, há mais de um século, a luta é bem intensa para que isso se torne realidade. Apenas 6 comunidades do estado de São Paulo receberam a titulação da terra.
Importante considerar que não há educação formal nas comunidades ignoradas pelo estado, que são muitas. A educação se dá de forma informal, onde os mais velhos ensinam aos mais novos o que sabem.
O Projeto Quilombos Vivos parece contribuir no processo de escolarização de muitas regiões.
Normalmente só são atendidos os primeiros anos do Ensino Fundamental, pois o acompanhamento dos poderes públicos ainda é precário e sem continuidade. Poderiam também disponibilizar ônibus para essa população frequentar a escola da cidade, mas isso não acontece.
Compreendi que a organização do currículo precisa atender às características das comunidades quilombolas, valorizando sua história e cultura.
Para isso, faz-se necessário, primeiramente, o professor OUVIR e ambos (comunidade e professor) superar as diferenças; para aí sim construir um material pedagógico que permita interação da educação formal e informal.

Paola Souza

Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.

Educação indígena


Hoje, através de diferentes estudos, principalmente em relação a relíquias encontradas em Xingu, sabe-se que os índios já estão aqui há mais de 1.500 anos. Foram eles que “construíram” a Amazônia que os portugueses encontraram aqui no Brasil. Antes de meus estudos tinha aquela visão, que muitas pessoas tem, de que a Amazônia era uma natureza selvagem, intocada, quando os portugueses chegaram. Percebi que temos muito a aprender com os índios sobre técnicas de cultivo e reflorestamento sustentável. Afinal, o que era lenda virou ciência: aqui já havia um centro de civilização complexo.
Os índios sofreram muito no período de colonização, pois houve a violência bruta e simbólica. A primeira quanto à escravidão e a segunda relacionada ao ensino. Muitos índios morreram com o processo de colonização.
Nos estudos, achei interessante afirmações de que os indígenas jamais se aculturaram. Precisamos ter claro a diferença entre identidade étnica e aculturação, que está relacionada à ideia de que aqui no Brasil haveria uma população unida pela cultura e tradição devido ao domínio do território. Faz-se necessário a recuperação da identidade.
Na constituição brasileira de 1988 os indígenas são tratados como povos e não sabia que havia uma discussão em torno desse sentido. Precisamos valorizar os indígenas, com sua contribuição histórico-social.
A insistência em tornar o índio um adulto civilizado persiste em muitas partes da nossa história. Em 1973, no Estatuto do índio, continuava-se com a ideia do índio como órfão. O Estado entendia a orfandade como regressiva, visando à civilização.
O processo de evangelização e educação partia das crianças e visava à purificação do corpo. Somente a partir a metade dos anos 70 programas para a escola indígena são discutidos e criados com uma visão transformadora.
O CTI (Centro de Trabalho Indigenista) em 1982 foi um importante marco para avançarmos os estudos em relação à Educação Indígena. Contrataram pessoas para alfabetizar os índios krahô e buscavam recuperar a cultura deles. Consideravam importante o índio saber do que antes era conhecimento apenas do branco.
Muitas ONGs também surgiram e contribuíram nesse processo e o que não imaginava é que essas ONGs que iriam fazer toda a diferença. Partiram da ideia de modificar radicalmente a escola tradicional. Foi um processo muito interessante em que os professores passaram a morar nas casas indígenas, a escola tinha características de construção parecidas com as deles, a escola não só passava conhecimentos do alfabeto e matemática, mas também conhecimentos necessários para o dia a dia.
A Escola Indígena procurou se adaptar às características da vida indígena. Mas muito ainda se tem a fazer, por exemplo, possibilitar mais acesso ao mundo letrado.
Somos todos diferentes e precisamos ser respeitados! Temos direito a uma educação de qualidade!
Paola Souza
Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.

Educação do campo: Pedagogia da Alternância


A Pedagogia da Alternância é uma interessante proposta, acredito que talvez  uma das melhores para a educação do campo, tendo visto diversos pontos positivos: escola mais atrativa aos alunos a partir do momento que traz para a sala de aula assuntos da realidade que vivenciam; valorização do campo e do trabalhor rural; melhora na qualidade de vida tanto dos alunos como de suas famílias, mudança na postura do aluno (interesse, participação e compromisso), aulas práticas, etc.
Porém, sem o apoio do governo não é possível a escola do campo melhorar e seus alunos terem condições igualitárias de acesso ao ensino superior.
As oportunidades, realmente precisam ser as mesmas, independente do local onde se encontram. Imagino que poucas escolas do campo apresentam boa estrutura e apoio de empresa privada para realização de oficinas. Muitas ficam a mercê de um governo que disponibiliza pouquíssimos recursos para se efetivar de fato uma educação de qualidade.
Paola Souza

Para conhecer mais, leia também essas matérias sobre a Pedagogia da Alternância publicadas no site da revista Nova Escola:



As matérias trazem inclusive algumas críticas que considero bem pertinentes para serem analisadas.

Educação do campo


Por fatores históricos o homem do campo foi considerado por muito tempo (para alguns, talvez até hoje), incapaz, merecedor apenas de uma educação que lhe oferecesse conhecimentos rudimentares, básicos.
A própria LDB, ainda hoje, não vislumbra o Ensino Superior a essa população.
O processo educativo precisa ser igual ao da zona urbana, afinal todos têm direitos iguais que precisam ser respeitados.
É preciso considerar as especificidades de cada comunidade.
Para oferecer uma educação de qualidade é necessário garantir uma educação voltada para a cidadania.
O homem do campo busca uma educação que atenda às suas necessidades e que respeite o seu contexto socio-cultural. A escola precisa ter como objetivo o reconhecimento do trabalhador do campo, valorizando suas experiências, seus conhecimentos prévios, enfim, sua história.
Assim, como na cidade, o currículo deve ser interdisciplinar.
Também devem ser propostas atividades coletivas, em duplas, etc.
Paola Souza

Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Educação de Jovens e Adultos

 “A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. (Ministério da Educação 1996:30).


Sem dúvida, a educação é um alicerce para a inclusão social. Ser analfabeto deve ser muito triste, pois tem uma representação negativa perante a sociedade.
Atualmente, a educação é garantida por lei a todos. Mas como esse processo foi longo no Brasil...
A Educação por aqui começou atrasada em relação a outros países latino-americanos.
No Império, não havia necessidade de mão-de-obra escolarizada.
Nas décadas de 60 e 70 do século XIX, começava-se a impor a oferta de escolas.
A elite manteve seu domínio sobre outros grupos da sociedade, mesmo após o aumento da imigração e abolição da escravidão.
No início da fase republicana houve mudanças na escola primária e surgiu a Escola Normal para formação de professores.
As classes eram formadas por níveis de aprendizagem e tinha como objetivo a seleção, formação e consolidação da elite. O alunado, na grande maioria, acabava sendo excluído.
Somente no séc. XX, conseguiu-se pensar em um espaço escolar que garantisse as especifidades do ensino escolar. Mas a escola só "reproduzia", "fazia conhecer".
Depois surgiu o Conselho Nacional de Educação e também o ensino primário foi desdobrado.
Apenas em 1945 começou a disponibilização de recursos federais para os estados atenderem crianças e adultos. E foram esses recursos que viabilizaram campanhas de educação.
Em 1946, 56% da população maior de 15 anos era analfabeta. Para mim, isso é muito recente. Meu avós estavam em idade escolar nessa época.
A educação de adultos assumiu uma perspectiva muito política.
Em 1969, o Mobral, utilizado em todo o país, trazia uma maneira didática de se ensinar partindo de palavras-chave do cotidiano do adulto, para se alfabetizar.
Depois, MOVA, no início da década de 90, PAS em 1996 e Programa Brasil Alfabetizado em 2003.
Hoje ainda são muitos analfabetos absolutos e funcionais.
A LDB (Lei nº 9.394/96) estabelece que a "Educação de jovens e adultos visa atender aos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de frequentar regularmente o Ensino Fundamental dos 6 aos 14 anos e Ensino Médio, dos 15 aos 17 anos".
Frequentar uma escola na fase adulta é uma decisão muito difícil que envolve apoio de suas famílias para superar desafios como: distância da escola, preconceitos, aprendizagem bloqueada por fracassos e outros.
Quando os adultos chegam à escola espera encontrar uma escola tradicional e quando se deparam com uma realidade bem diferente costumam ser resistentes.
É uma nova oportunidade! É preciso ter coragem para lidar com medos e inseguranças.
Considero muito importante todos os temas tratados pela EJA, mas achei super interessante a questão do idoso - consciência sobre seus direitos, que fala da qualidade de vida na velhice.
A EJA precisa considerar as especificidades do grupo atendido, com um planejamento específico, voltado para suas necessidades.
Paola Souza

Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de populações específicas. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.3.

Diversidade

No curso que estou concluindo, Educação para Diversidade e Cidadania, foi proposto esse vídeo para refletirmos sobre o que é ser diferente e como lidamos com isso em nossa prática.
Não poderia deixar de compartilhá-lo com vocês. Fiquei encantada!!!

Breve histórico da inclusão


Um fator importante que considero no estudo da história da inclusão, é como o Brasil manteve-se atrasado em relação a outros países. A idéia de inclusão escolar é muito recente e caminha a passos lentos.
Historicamente, a educação do indivíduo portador de deficiência nasceu de forma excludente. A sociedade simplesmente rejeitava, ignorava e discriminava esses indivíduos. Não havia preocupação quanto à sua educação ou outra forma de inserção social.
Depois, a segregação que estava relacionada ao isolamento do indivíduo portador de deficiência, marcando assim a discriminação, que induz ao preconceito e impossibilita a inclusão.
Seguida da integração vincula-se à normalização, que defende a idéia de que o portador de deficiência deve tornar-se o mais “normal” possível, ou seja, com modos de vida parecidos ou iguais aos da sociedade, sendo capaz de participar dela ativamente. A inserção educacional dessa forma tinha como proposta a integração do aluno na classe comum, porém o que aconteceu foi uma educação paralela, que se deu em classes especiais ou em instituições especializadas.
O movimento de inclusão surgiu no Brasil no final da década de 80 sendo incrementada em 90, enquanto em outros países já existia desde a década de 50. A inclusão surge visando garantir que todos frequentem a sala de aula do ensino regular da escola comum, independentemente do tipo de deficiência, sendo grave ou não. É uma visão mais completa de inserção do que a de normalização, pois também exige mudanças da escola e da sociedade. Tanto o aluno com necessidades especiais como a escola e a sociedade precisam se adaptar a essa nova concepção; respeitando a diversidade.
Segundo a Declaração de Salamanca, um documento que considero interessantíssimo, uma escola inclusiva é aquela que se preocupa em modificar atitudes discriminatórias, criar comunidades acolhedoras e desenvolver uma sociedade inclusiva.
Hoje acredito que a integração e a inclusão se fazem presentes. A cada ano mais alunos saem da APAE da minha cidade e começam a freqüentar a escola comum. Mas ainda é grande o número de alunos que só frequentam a APAE.
A minha escola já incorporou a Inclusão em seu projeto político pedagógico, mas sinto que ainda falta muito para que realmente a inclusão aconteça. Os professores precisam de mais formação e a escola de mais recursos para a aquisição de materiais pedagógicos e adaptações arquitetônicas. Nós contamos com uma Orientadora educacional que faz a assistência às famílias e duas pedagogas, sendo uma para Atendimento Educacional Especializado.
Sinto que eu preciso estudar cada vez mais! A inclusão está aí e eu tenho que fazer a minha parte!
Devo buscar o máximo de estratégias possíveis para que todos os meus alunos aprendam, tenham acesso ao conhecimento, à cultura e progridam na vida social.
Incluir não diz respeito só ao aluno com necessidades especiais, mas sim TODOS.

Paola Souza

Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Educação de temas específicos. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.4.

As implicações das Políticas Nacionais para Educação Inclusiva na nossa prática pedagógica


Embora as políticas nacionais garantam inúmeros benefícios aos alunos com necessidades especiais, muitos não são cumpridos, acredito que por falta de conhecimento dos professores e sistemas de ensino, irrelevância do assunto por parte da sociedade e falta de fiscalização.
Ao aluno é garantido o acesso e permanência na escola regular independentemente de sua deficiência. E para que isso aconteça de forma satisfatória os sistemas de ensino precisam garantir a formação de professores tanto para Atendimento Educacional Especializado (AEE) como para a inclusão escolar, acessibilidade (arquitetônica, mobiliária, transportes, etc), educação especial de forma articulada com o ensino comum e continuidade da escolarização até os níveis mais elevados do ensino.
No meu município há poucas formações para professores sobre a inclusão. Embora para os pedagogos, aconteçam com freqüência.
Quanto à acessibilidade, na minha escola foram construídas rampas e banheiros e já fiquei sabendo que em muitas outras escolas também.
A pedagoga do AEE faz reuniões periodicamente com os professores da classe comum que tem alunos que freqüentam, no período contrário, a sala dela. Isso tem mostrado resultados positivos, pois há troca de experiências, levantamento sobre avanços dos alunos e dicas importantes para a boa inclusão na sala comum.
O AEE vem contribuir no trabalho de nós professores para a plena participação dos alunos no convívio social, o que é muitíssimo válido.
Registro aqui algumas dificuldades e possíveis soluções para uma melhor inclusão escolar:
Dificuldades
Possíveis soluções
Os alunos que freqüentam o AEE precisam ser atendidos na rede pública por outros profissionais como: fonoaudiólogo, fisioterapeuta, etc. Mas isso não depende da escola e sim da família, pois depois do encaminhamento da pedagoga a esses serviços, a mãe ou responsável precisa levá-lo, mas não leva por falta de condições financeiras para o transporte ou descaso. Ou então o próprio município não dá conta da demanda.
Projetos e reuniões de conscientização das famílias;

Maior oferta de vagas para os serviços citados;

Transporte gratuito para portadores de necessidades especiais.
  •  Um aluno meu do ano letivo de 2010, deficiente intelectual, freqüentava a CAMINHAR (projeto filantrópico da cidade) e tinha acesso a fonoaudiólogo, fisioterapia, cãoterapia e atendimento pedagógico. Perdeu a vaga, pois como sua mãe não tinha condições de pagar o ônibus, obteve muitas faltas. Assim, o aluno começou a ser atendido pelo AEE na minha escola, mas a única fonoaudióloga que atende a região norte da cidade estava de licença gestante no segundo semestre e não colocaram substituta. Quanto à fisioterapia, o atendimento dificilmente acontece, muitos ficam sem acesso a este importante serviço.
Dificuldades
Possíveis soluções

Pouca informação por parte dos professores, tanto na identificação de possíveis deficiências quanto na inclusão desse aluno na sala de aula comum.

Incluir na formação inicial do professor em cursos de licenciatura, conteúdos relacionados à inclusão.

Oferecer aos professores mais cursos e palestras sobre o assunto.


Falta de materiais pedagógicos e de acessibilidade.


Liberação de verbas específicas e fiscalização na utilização destas.

 Muitas crianças ainda frequentam somente instituições que funcionam paralelamente à escola como APAE e outros.

Incluir todos os alunos na escola pelo menos em um período, para receberem o AEE no outro, na própria APAE, por exemplo.

Viabilizar que a escola e/ou órgãos públicos ofereçam diversos serviços a essas crianças.


Faz-se necessário uma melhor articulação das políticas públicas e os setores governamentais responsáveis por desenvolverem essas políticas, para que as crianças com necessidades educacionais especiais sejam realmente atendidas como merecem e lhes é garantido por lei.

Paola Souza

Inclusão

Esse vídeo retrata a inclusão através de uma música da Xuxa que se chama "Muito prazer, eu existo"



Muito Prazer, Eu Existo

Composição: Álvaro Socci / Cláudio Matta

Existem filhos que precisam mais carinho
De mais cuidados e atenção especial
E essas crianças quando muito bem amadas
Só Deus quem sabe qual o seu potencial

Seus pais conhecem um segredo do universo
Da harmonia na diversificação
Amar alguém dito normal é muito fácil
Longe de indiferença e discriminação

Me pergunto se a indiferença é natural
Me pergunto em que consiste ser normal
Me pergunto qual o referencial
Por que todo mundo tem que ser igual ?

Quem de nós é um ser humano exemplar
Quem de nós não tem espelho pra se olhar
Quem de nós é capaz de atirar
A primeira pedra sem se machucar

Alguns de nós julgam-se mais que todo mundo
Como se o sol fosse escolher pra quem nascer
Comparações são vaidosas ou amargas
Tudo na vida tem uma razão de ser

Tem gente preconceituosa e arrogante
E eu me preocupo com seu modo de pensar
Como se Deus fosse algum ser inconseqüente
Que faz pessoas diferentes só pra olhar

Muito prazer, EU existo.

Fonte: http://letras.terra.com.br/xuxa/268641/

Cidadania

O termo “cidadania” é muito comum nas escolas.
Muito se fala sobre “contribuir na formação de um cidadão crítico” e muitas vezes esse termo é utilizado de forma errônea. Como podemos formar cidadãos, se em muitas escolas são os próprios professores e gestão, que ditam as regras para todos os alunos cumprirem?
A cidadania precisa ser ativa. Os alunos precisam participar das decisões da escola, propondo soluções para problemas e contribuir nas discussões.
Na minha escola algumas ações já acontecem. No início do ano, os alunos elaboram as regras para o recreio junto com o Orientador Educacional e na sala de aula, junto com os professores, estabelecem os “combinados”.
Todos os anos têm avaliação do Projeto Político Pedagógico da escola, foi nesta última semana, e teve participação de pais da APM (Associação de Pais e Mestres) e alunos do grêmio estudantil e representantes de classes. A diretora apresentou as metas que precisavam ser cumpridas para esse ano, como e o que foi cumprido ou não. Houve também a prestação de contas. Depois alunos, professores e pais avaliaram pontos positivos e negativos da escola e em seguida, sugeriram ações para o próximo ano.
Para que aja uma cidadania ativa, o aluno precisa ter respeitado seus direitos e participar das decisões da escola, que são coletivas.
O aluno tem que aprender a avaliar, identificar problemas e propor soluções. É preciso dar voz ao aluno, propondo rodas de conversa e discussões em torno de temas importantes para a sociedade: valores, direitos da criança e do adolescente, diálogo na resolução de conflitos, limpeza e organização do espaço, etc.
Acredito que na escola reflete o que acontece na sociedade, pois é mais fácil lembrar o cidadão de seus deveres, como quando a escola fala sobre  ser disciplinado, manter a escola limpa, fazer a lição de casa; do que mostrar seus direitos e discuti-los coletivamente. Não é fácil dar voz ao aluno, muitos professores não conseguem lidar com isso, e a escola gosta de ser soberana, dona do conhecimento e razão.
Veiga (2004) traz o conceito de gestão democrática, sendo necessário repensar sobre a estrutura de poder da escola, visando à socialização. Pois:

A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora. (p. 19)

Paola Souza

Referências:
VEIGA, Ilma Passos A. Educação Básica e Educação superior: Projeto político-pedagógico. 1. ed. Campinas: Papirus, 2004.

MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Introdução conceitual para educação na diversidade e cidadania. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.2.
Para encerrar, vou citar um trecho de um texto retirado do site: http://www.webciencia.com.br/ 
O que é cidadania?
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e desenvolvimento da nação.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário... até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso país.

Educação, valores e dignidade humana



Poderia citar o extermínio dos judeus para mostrar claramente como o estudo de valores na escola é importante. Valores são ensinados!
É interessante comparar o comportamento do ser humano com o animal, que age por instinto de sobrevivência. O ser humano atribui valor a tudo, muitas vezes, até sem perceber.
Passamos esses valores, simplesmente pela roupa que usamos, o modo como resolvemos conflitos na sala de aula, a forma que nos alimentamos, etc. Até a indiferença revela valores.
Sobre a dignidade humana acho importante dizer que somente no séc.XX com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) iniciou-se a tentativa de considerar a dignidade humana fazendo referência à diversidade.
Podemos dizer que estamos longe de ver os direitos fundamentais se tornarem realidade para todos.
O maior desafio da Educação em direitos humanos é pensar em estratégias  de transformação que contribuam para a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana.
A educação precisa se preocupar com a formação da cidadania individual e coletiva para que aconteça uma transformação social, voltada para a democracia, igualdade e inclusão.
A Educação em direitos humanos deve ser organizada em três princípios que são alicerce da dignidade humana: liberdade, igualdade e solidariedade.
Também precisa haver participação e empenho de todos da comunidade escolar: pais, funcionários, etc
Palavras chave para essa educação: convivência, valores, diversidade, identidade e solidariedade.

Paola Souza
Referência:
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção Unesp: Introdução conceitual para educação na diversidade e cidadania. São Paulo: Unesp, Pró Reitoria de Extensão, Faculdade de Ciências, 2009, v.2.