segunda-feira, 7 de março de 2011

As implicações das Políticas Nacionais para Educação Inclusiva na nossa prática pedagógica


Embora as políticas nacionais garantam inúmeros benefícios aos alunos com necessidades especiais, muitos não são cumpridos, acredito que por falta de conhecimento dos professores e sistemas de ensino, irrelevância do assunto por parte da sociedade e falta de fiscalização.
Ao aluno é garantido o acesso e permanência na escola regular independentemente de sua deficiência. E para que isso aconteça de forma satisfatória os sistemas de ensino precisam garantir a formação de professores tanto para Atendimento Educacional Especializado (AEE) como para a inclusão escolar, acessibilidade (arquitetônica, mobiliária, transportes, etc), educação especial de forma articulada com o ensino comum e continuidade da escolarização até os níveis mais elevados do ensino.
No meu município há poucas formações para professores sobre a inclusão. Embora para os pedagogos, aconteçam com freqüência.
Quanto à acessibilidade, na minha escola foram construídas rampas e banheiros e já fiquei sabendo que em muitas outras escolas também.
A pedagoga do AEE faz reuniões periodicamente com os professores da classe comum que tem alunos que freqüentam, no período contrário, a sala dela. Isso tem mostrado resultados positivos, pois há troca de experiências, levantamento sobre avanços dos alunos e dicas importantes para a boa inclusão na sala comum.
O AEE vem contribuir no trabalho de nós professores para a plena participação dos alunos no convívio social, o que é muitíssimo válido.
Registro aqui algumas dificuldades e possíveis soluções para uma melhor inclusão escolar:
Dificuldades
Possíveis soluções
Os alunos que freqüentam o AEE precisam ser atendidos na rede pública por outros profissionais como: fonoaudiólogo, fisioterapeuta, etc. Mas isso não depende da escola e sim da família, pois depois do encaminhamento da pedagoga a esses serviços, a mãe ou responsável precisa levá-lo, mas não leva por falta de condições financeiras para o transporte ou descaso. Ou então o próprio município não dá conta da demanda.
Projetos e reuniões de conscientização das famílias;

Maior oferta de vagas para os serviços citados;

Transporte gratuito para portadores de necessidades especiais.
  •  Um aluno meu do ano letivo de 2010, deficiente intelectual, freqüentava a CAMINHAR (projeto filantrópico da cidade) e tinha acesso a fonoaudiólogo, fisioterapia, cãoterapia e atendimento pedagógico. Perdeu a vaga, pois como sua mãe não tinha condições de pagar o ônibus, obteve muitas faltas. Assim, o aluno começou a ser atendido pelo AEE na minha escola, mas a única fonoaudióloga que atende a região norte da cidade estava de licença gestante no segundo semestre e não colocaram substituta. Quanto à fisioterapia, o atendimento dificilmente acontece, muitos ficam sem acesso a este importante serviço.
Dificuldades
Possíveis soluções

Pouca informação por parte dos professores, tanto na identificação de possíveis deficiências quanto na inclusão desse aluno na sala de aula comum.

Incluir na formação inicial do professor em cursos de licenciatura, conteúdos relacionados à inclusão.

Oferecer aos professores mais cursos e palestras sobre o assunto.


Falta de materiais pedagógicos e de acessibilidade.


Liberação de verbas específicas e fiscalização na utilização destas.

 Muitas crianças ainda frequentam somente instituições que funcionam paralelamente à escola como APAE e outros.

Incluir todos os alunos na escola pelo menos em um período, para receberem o AEE no outro, na própria APAE, por exemplo.

Viabilizar que a escola e/ou órgãos públicos ofereçam diversos serviços a essas crianças.


Faz-se necessário uma melhor articulação das políticas públicas e os setores governamentais responsáveis por desenvolverem essas políticas, para que as crianças com necessidades educacionais especiais sejam realmente atendidas como merecem e lhes é garantido por lei.

Paola Souza

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